O que faria um programa social brasileiro ser estudado por dezenas de nações ao redor do mundo? O Gás do Povo, lançado em setembro de 2025, rapidamente chamou atenção internacional ao oferecer gás de cozinha gratuito para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade.
A expectativa de impacto social, ambiental e econômico faz especialistas do setor energético e representantes de governos olharem para o Brasil como exemplo de inovação.
Mas, afinal, por que tantos países buscam reproduzir essa iniciativa e o que ela traz de diferente para o combate à pobreza energética e à insegurança alimentar? Continue a leitura e confira todos os detalhes.
Como surgiu o Gás do Povo e por que atrai atenção internacional
Com início previsto para novembro de 2025, em formato piloto, o programa Gás do Povo chega como alternativa concreta ao método anterior, o Auxílio Gás. Diferente do benefício pago em dinheiro, que atendia apenas 5,1 milhões de lares e nem sempre cobria o valor total do botijão, o novo modelo prevê a entrega direta do GLP, eliminando intermediários e garantindo eficiência no controle.
O programa tem uma meta: chegar até 2026 beneficiando 17 milhões de famílias, o equivalente a mais de 50 milhões de pessoas, promovendo segurança alimentar e redução de doenças respiratórias causadas pelo uso de lenha e carvão em cozinhas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou durante a Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro, que mais de 60 países solicitaram apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para estruturar ações semelhantes.
Por que o Gás do Povo é reconhecido internacionalmente?

O reconhecimento se dá pela capacidade do programa de unificar diferentes pilares: inclusão social, segurança alimentar e sustentabilidade, que conversa diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial o ODS 7, que trata do acesso à energia limpa e acessível, agregando valor à agenda ambiental brasileira diante de compromissos internacionais.
O fornecimento gratuito de gás liquefeito de petróleo (GLP) retira milhões de pessoas do uso rotineiro de lenha e carvão, especialmente em comunidades rurais e nas periferias urbanas, reduzindo drasticamente emissões de dióxido de carbono e partículas que afetam a saúde pública.
Países da América Latina, África e Ásia, com desafios similares, veem no modelo uma saída viável para suas dificuldades em garantir áreas rurais e pobres.
Estrutura do setor: capacidade logística e impacto econômico
A malha de distribuição do GLP no Brasil surpreende pela abrangência: está presente em 100% dos municípios, abrange 91% das residências e movimenta mensalmente cerca de 35 milhões de botijões. O setor gera mais de 330 mil empregos e conta com mais de 59 mil revendas autorizadas pela ANP. Essa infraestrutura permitiu viabilizar o Gás do Povo utilizando a rede já existente, tornando o custo de implementação menor que em países sem essa estrutura.
O orçamento previsto para o programa é de R$ 3,57 bilhões para 2025, crescendo para R$ 5,1 bilhões já garantidos na Lei Orçamentária Anual de 2026. Números que impressionam e reforçam o compromisso do governo com a expansão da política de fornecimento de energia limpa.
Regras de acesso e distribuição: como funciona?
A elegibilidade se baseia no Cadastro Único (CadÚnico) para famílias com renda per capita de até meio salário mínimo, com prioridade para beneficiários do Bolsa Família. O número de botijões varia conforme o tamanho do núcleo familiar:
- 2 pessoas: até 3 botijões ao ano
- 3 pessoas: até 4 botijões ao ano
- 4 ou mais pessoas: até 6 botijões ao ano
A distribuição será feita em etapas, com início previsto para novembro de 2025 e, até março de 2026, alcançar todas as famílias elegíveis. A retirada ocorrerá em pontos credenciados, com validação digital por aplicativo, QR Code ou cartão próprio. Quem desejar entrega domiciliar pagará apenas o frete.
Impactos ambientais, sociais e de saúde pública
A substituição da lenha e do carvão pelo GLP busca trazer ganhos diretos à saúde, especialmente de mulheres e crianças, principais expostos à fumaça da queima de madeira. Além disso, reduz custos de tratamento de doenças respiratórias no sistema público de saúde.
A transição também implica em menor emissão de carbono e poluentes, promovendo melhores condições ambientais.
O programa busca também garantir dignidade às famílias, que deixam de depender de soluções precárias e perigosas para cozinhar e passam a ter uma alimentação mais saudável e segura.
Perguntas frequentes
- O que é o programa Gás do Povo?
É uma iniciativa do governo brasileiro para fornecer gratuitamente gás de cozinha (GLP) a famílias vulneráveis. - Quando começa o Gás do Povo?
O início está previsto para novembro de 2025, e será ampliado até março de 2026. - Quem pode receber o benefício?
Famílias inscritas no CadÚnico, com renda per capita até meio salário mínimo priorizando as beneficiárias do Bolsa Família. - Quantos botijões cada família pode receber?
O número varia conforme o tamanho da família, com faixas de 3 a 6 botijões por ano. - É possível receber o botijão em casa?
Sim, se optar por entrega domiciliar, a família paga apenas o frete para o serviço.
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No vídeo abaixo, veja mais informações sobre o Gás do Povo:
O post Gás do Povo se torna modelo global: mais de 50 países querem adotar o programa apareceu primeiro em Notícias Concursos.