Conseguir a sonhada Carteira Nacional de Habilitação é um desafio para muitos brasileiros, principalmente pelo custo elevado em grande parte do país. Em 2025, o tema voltou ao debate nacional após uma audiência pública realizada na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. O objetivo central: buscar alternativas que ofereçam acesso mais democrático e com valores menores ao documento, especialmente para famílias de baixa renda.
A estimativa do Governo Federal é que mais de 20 milhões de condutores dirijam atualmente sem a devida permissão, o que mostra a barreira financeira imposta pelo processo de formação exigido. Atualmente, tirar a habilitação nas categorias mais comuns pode chegar a quase R$ 5 mil conforme o estado.
O novo projeto busca entender como o sistema pode ser modernizado e barateado, sem perder a qualidade da formação e segurança dos motoristas no trânsito. Continue lendo e confira todos os detalhes.
O atual cenário do custo para obter a habilitação
Tirar a primeira habilitação no Brasil se tornou, para muitos, sinônimo de gasto elevado. O valor médio nacional já ultrapassa os R$ 3 mil, chegando a mais de R$ 4,9 mil em estados como o Rio Grande do Sul. Por outro lado, a Paraíba apresenta o menor custo, pouco abaixo de R$ 2 mil. Essa desconexão entre regiões é o que o projeto busca evitar, fazendo uma padronização mais acessível para o processo de formação de novos condutores.
Durante a audiência na Câmara dos Deputados, representantes de sindicatos, órgãos oficiais de trânsito e especialistas trouxeram dados. O principal deles é o valor alto, que afasta os cidadãos do processo legal e contribui para o número alto de condutores não habilitados, aumentando riscos e prejuízos ao país.
A diferença de valores entre os estados brasileiros
Boa parte da diferença nos preços considerados abusivos se deve a fatores locais, como taxas estaduais, custos operacionais das autoescolas e impostos regionais. Segundo dados oficiais, a Paraíba lidera com o custo de R$ 1.950,40 para obtenção da CNH categorias A e B em 2025. Já no Rio Grande do Sul, o valor alcança R$ 4.941,35, praticamente o triplo.
A variação entre estados pode difcultar o acesso de milhões de brasileiros ao direito de dirigir, especialmente em regiões com menor poder aquisitivo.
Propostas em discussão para reduzir o custo da habilitação

O projeto em debate na Câmara propõe medidas inovadoras para baixar o custo da habilitação. Uma das principais novidades é a possibilidade de credenciamento de instrutores autônomos, além das tradicionais autoescolas, para ministrar aulas práticas. Isso aumentaria a concorrência e poderia baixar os valores cobrados por hora/aula.
Outra sugestão relevante envolve a ampliação da modalidade de ensino a distância (EAD) para as aulas teóricas obrigatórias. Atualmente, a lei exige frequência presencial em autoescolas, o que eleva custos operacionais e limita o acesso de candidatos que moram em áreas afastadas dos centros urbanos.
Flexibilização das regras e uso de novas tecnologias
A modernização das regras prevê não só a ampliação do EAD, mas também a revisão da exigência mínima de 20 horas de aulas práticas. Especialistas defendem que a carga horária contribui para o encarecimento.
“O ensino precisa ser adaptado à realidade atual, com uso de tecnologias, análise de riscos e métodos mais modernos. O modelo engessado que temos hoje não responde à necessidade de reduzir acidentes nem ao custo que a população enfrenta”, destacou Francisco Garonce, do Instituto Nacional de Projetos para Trânsito e Segurança.
Impactos da redução do custo no mercado e na segurança viária
Com a diminuição das emissões de CNHs — apenas 2,58 milhões emitidas em 2024 diante de 2,8 milhões em 2022 — todo o setor de transporte sente os efeitos. Empresas de cargas trabalham com déficit de motoristas acima de 65% e o transporte de passageiros sofre falta de trabalhadores, indicando que o alto custo da habilitação contribui tanto para a ilegalidade quanto para a crise de mão de obra.
Equilíbrio entre preço e qualidade da formação
A redução dos custos é bem vista, porém, representantes das autoescolas e especialistas em segurança ressaltam que mudanças não podem comprometer a preparação adequada dos novos motoristas. O temor é que, ao flexibilizar excessivamente as regras e baratear o processo, apresente-se um risco real de queda na qualidade da formação e, consequentemente, menos segurança.
A consulta pública prevista antes da aprovação do projeto busca exatamente reunir essas preocupações e sugestões para um texto equilibrado, que atenda ao interesse de todos.
Próximos passos para a modernização do processo
A Secretaria Nacional de Trânsito coordena o desenvolvimento do texto do novo projeto de lei. Após finalizado, será submetido à consulta junto à sociedade civil, especialistas e federações do setor. Só depois dessa etapa, o projeto, já lapidado, segue ao Congresso Nacional para apreciação e votação.
Perguntas frequentes
- Quais são as principais propostas para baratear a obtenção da CNH?
Entre as sugestões estão a adoção de ensino a distância para aulas teóricas, credenciamento de instrutores autônomos e revisão da carga horária prática obrigatória. - O projeto já está valendo?
Não. O projeto segue em elaboração e será submetido à consulta pública antes de ser encaminhado ao Congresso. - O custo da habilitação vai cair em todos os estados?
Caso o projeto seja aprovado, a tendência é que haja uma padronização. - A mudança nas regras compromete a segurança no trânsito?
O objetivo do projeto é equilibrar acessibilidade e segurança, buscando modernizar métodos sem perder a qualidade da formação. - Quando as mudanças devem ser implementadas?
Não há data definida. Após consulta pública, o projeto ainda passa por tramitação no Congresso Nacional.
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