O mercado de trabalho brasileiro enfrenta atualmente um cenário de profunda insegurança. Segundo uma pesquisa realizada pela INTOO, em parceria com a agência Workplace Intelligence, 59% dos trabalhadores brasileiros temem ficar desempregados nos próximos 12 meses. Este dado coloca o Brasil entre os países com maior índice de insegurança profissional no mundo, refletindo não apenas as incertezas econômicas, mas também transformações estruturais que afetam diretamente a estabilidade no emprego.
A insegurança no mercado de trabalho global
O estudo, que entrevistou 2.200 trabalhadores e gestores de RH de cinco países como Argentina, Brasil, Itália, Reino Unido e Estados Unidos, revela que enquanto a média global de profissionais temerosos com demissões fica em 53%, o Brasil supera essa marca com seus 59%. Entre os países pesquisados, apenas a Argentina apresenta índice superior, com impressionantes 77% de trabalhadores preocupados com a perda do emprego. Em contraste, nações como Estados Unidos (50%), Reino Unido (47%) e Itália (37%) demonstram menor insegurança profissional.
Principais fatores que alimentam o medo do desemprego

Imagem: Freepik
De acordo com a pesquisa, a preocupação dos funcionários deriva principalmente de três fatores:
- Medo de recessão econômica (45% dos entrevistados)
- Notícias sobre demissões em outras empresas (27%)
- Demissões recentes na própria organização (23%)
Vale ressaltar que o temor não é infundado: 57% dos gestores entrevistados não descartam a possibilidade de novas demissões em um futuro próximo, especialmente em cenários de crise econômica.
O impacto do desemprego na vida dos trabalhadores
A pesquisa também revela as consequências potenciais do desemprego para os brasileiros. Entre os participantes, 60% acreditam que teriam dificuldades em encontrar uma nova oportunidade rapidamente caso fossem demitidos. Além disso, 54% dos trabalhadores afirmam que só conseguiriam sustentar suas famílias por três meses caso perdessem seus empregos.
O efeito das demissões na cultura organizacional
Os processos demissionais não afetam apenas quem sai, mas também têm grande impacto sobre os funcionários que permanecem na empresa. Segundo o estudo da INTOO, após um processo de demissão:
- 62% dos funcionários remanescentes perdem a confiança em seus empregadores
- 71% passam a buscar ativamente outras oportunidades de emprego
- 30% tentam demonstrar mais valor para suas empresas, na esperança de evitar futuros cortes
Estes números evidenciam como os processos de demissão, quando mal conduzidos, podem comprometer o ambiente organizacional e a produtividade das equipes remanescentes.
O desafio da demissão responsável
Um dado revelado pela pesquisa é que aproximadamente 50% dos colaboradores não confiam em suas lideranças para conduzir processos demissionais de forma ética e cuidadosa. Muitos sentem que o processo é pouco transparente, o que aumenta a ansiedade e o medo tanto entre os desligados quanto entre os que permanecem.
Para que uma empresa consiga manter ou recuperar sua reputação durante episódios de demissão, é importante demonstrar empatia e compaixão, principalmente considerando que 1 em cada 5 trabalhadores não hesitaria em divulgar sua experiência negativa nas redes sociais.
O impacto da inteligência artificial no temor pelo desemprego
Um fator que tem ganhado relevância no debate sobre insegurança profissional é o avanço da inteligência artificial. Segundo a pesquisa da NordVPN, multinacional especializada em cibersegurança, cerca de 17% dos trabalhadores brasileiros temem ser substituídos por sistemas automatizados ou IA nos próximos anos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertava em 2024 que aproximadamente, 40% dos empregos no mundo serão afetados pela inteligência artificial nos próximos anos. No Brasil, setores como tecnologia da informação, atendimento ao cliente e funções administrativas já começam a sentir os impactos desta transformação.
Perspectivas para o mercado de trabalho futuro
O Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, publicado pelo Fórum Econômico Mundial projeta que até 2030, as transformações no mercado de trabalho afetarão 22% dos empregos, com a criação de 170 milhões de novas funções e a eliminação de 92 milhões, resultando em um aumento líquido de 78 milhões de postos de trabalho. No entanto, estas transformações exigirão requalificação dos trabalhadores: estima-se que 59% da força de trabalho global precisará passar por processos de requalificação ou aprimoramento de habilidades até 2030.
Estratégias para enfrentar a insegurança profissional
Diante desse cenário de incertezas, especialistas recomendam algumas estratégias para trabalhadores que desejam aumentar sua segurança profissional:
- Investir em qualificação contínua, especialmente em habilidades relacionadas à tecnologia e competências socioemocionais
- Diversificar fontes de renda para reduzir a dependência de um único emprego
- Construir uma reserva financeira que permita atravessar períodos de transição profissional
- Manter redes de contatos profissionais ativas, o que facilita a recolocação em caso de demissão
- Desenvolver habilidades complementares à automação, como pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional
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